FROM HARD MARBLE TO DELICADE OF ALABASTER
O Globo Newspaper
CRYSTALLINE HARDNESSES
Trajectoire n.86
Entre as suas esculturas em alabastro e as paredes de rocha aparente de sua maravilhosa casa em Genebra, a artista brasileira Maria-Carmen Perlingeiro vive cercada de pedras. Fascinada por esse material, ela o manipula incansavelmente há mais de 20 anos.
Aqui se entra como em uma caverna, ao longo de um corredor que se estrita até confundir-se com a porta de entrada. Não existe casa igual a de Maria-Carmen Perlingeiro nos arredores de Genebra. As tradicional escadas internas, seu autor, o arquiteto brutalista Leonardo Ricci, ex-diretor da escola de arquitetura de Florença, preferiu as suaves inclinações de rampas transversais. Só alguns degraus que conduzem à piscina permaneceram no exterior, d ando ao conjunto um ambiente muito “Jacques Tati”, como diz a proprietária.
Cada canto dessa surpreendente propriedade de mil metros quadrados, construída na segunda metade dos anos 50, exprime a personalidade generosa e aberta de Maria-Carmen Perlingeiro. As suas esculturas em alabastro se integram perfeitamente com as plantas de casa e coabitam com obras de vários artistas, em particular as do seu amigo Tunga. Além disso, os móveis rétro provêm quase exclusivamente de feiras de antiguidades de Genebra nos anos 80.
Nascida no Rio, Maria-Carmen Perlingeiro decide há 23 anos, qu ando chegou na Suíça, de dedicar-se exclusivamente ao alabastro, uma pedra que a fascina por suas imperfeições, e por sua capacidade tão especial de filtrar a luz. A artista traz toneladas de pedra de Volterra, na Toscana. Conforme as séries, vários objetos do dia-a-dia se destacam de suas esculturas, das tesouras aos colarinhos de camisa. Muitas são simplesmente atravessadas por furos dourados, à imagem de uma pele furada. Suas obras se envolvem e se incluem perfeitamente ao local, um pouco como se o ateliê da artista, situado no andar de baixo, se prolongasse em todos os cômodos.
Esses objetos tendem a concorrer com as casa em si. A pedra é omnipresente, por dentro e por fora, em particular através das paredes, form ando uma excepcional composição de formas e de cores enferrujadas. “É uma linguagem arquitetural que conhecemos muito bem no Brasil, explica a artista. E dizer que na época em que compramos a casa com meu marido, ela estava no ponto de ser demolida. O proprietário anterior achava a casa moderna demais.” Que sacrilégio teria sido!
William Türler Revista Trajectoire, 2009
EIN LEBENDIGER STEIN/ UNE PIERRE VIVANTE
Viso 4 | 2009
A BRAZILIAN IN VOLTERRA
Dispenser TV | 2008
La brasiliana Maria-Carmen Perlingeiro in mostra a Volterra nei Sotterranei della Pinacoteca: alabastri contemporanei nelle trasparenze di senso dal quotidiano Si apre sabato 6 settembre, alle ore 17.00, con cerimonia di vernissage posticipata al 13 settembre, a Volterra nelle stanze itineranti dei Sotterranei della Pinacoteca Civica, la personale di scultura, installazioni e design concettuale nei magnetismi, venature di senso, luci e trasparenze degli alabastri in chiave minimalista e contemporanea dell’artista Brasiliana Maria-Carmen Perlingeiro.
La pietra ambigua e duttile volterrana, memoria delle acque ataviche, amplificata e rielaborata nelle sculture minimaliste e nelle installazioni contaminate di un surrealismo magrittiano, che parla di presenze dall’inconscio manifestate nelle sedimentazioni di memoria di oggetti d’uso quotidiano (bottoni, forbici, valigette) alla luce atemporale e spirituale di un sole magnetico, fra la leggenda sudamericana ed i ritmi spersonalizzanti dell’ambiente metropolitano.
Unghie che sembrano lune, (foto gallery) biancheria intima nelle icone del gr ande magazzino che parlano incisivamente di una condizione al femminile attraverso un’immagine familiare e apparentemente banalizzata, fino alla magnificente citazione di catene montagnose perforate da cerchi in oro solari e lineari,(nella foto) negli alabastri gestiti in in-stallazione, sul filo conduttore della dialettica tra massa-materia e dinamismo dirompente ed eternamente mistico della luce (foto gallery).
Dal Brasile allo studio stabile in Svizzera, a Losanna, Maria-Carmen Perlingeiro, autrice anche di giardini-intervento in importanti sedi internazionali europee, ha partecipato attivamente al Simposio Internazionale di Scultura in Alabastro, l’evento annuale che riunisce artisti scultori dal mondo a confronto con la trasversalità del supporto volterrano, ed al “Taam”, il museo dinamico itinerante che ne raccoglie e presenta le opere.
Con il patrocinio della Regione Toscana e della Provincia di Pisa , il sostegno e patrocinio del Comune di Volterra, della Fondazione Cassa di Risparmio di Volterra, della Cassa di Risparmio di Volterra S.p.A., della “Knauf”, della Camera di Commercio di Pisa, e con l’apporto logistico del Consorzio Turistico di Volterra, la mostra rientra nel programma degli eventi collaterali al Simposio Internazionale di Scultura in Alabastro, organizzato annualmente nella città di Volterra dall’AISA (Associazione Internazionale Scultori per l’Alabastro). Sotto la direzione artistica di Roberto Bianchi, gli allestimenti di Andrea Bianchi (produzione di Pavel Urban, assistenza di Ricardo Caetano, con la collaborazione di Leticia De Almeida e di Alex andre Thursten & Hadien M. per il design) la personale resterà aperta ai visitatori fino al 28 settembre 2008, tutti i giorni negli orari 10-13 e 16-19.
TWENTY YEARS OF A DIAPHANE ART
by Laurence Chauvy
Jornal Le Temps, Geneva, Saturday June 23nd FINE ARTES. A book does justice to the suggestive works of Maria-Carmen Perlingeiro.
The detailed and interesting texts from the book dedicated to the work of Maria-Carmen Perlingeiro are answered, sometimes in close-up, by the beautiful photographs of the works. If the latter attest for the most part the point of arrival – provisional – of his work, the texts follow the trajectory taken by the author of Les Gouttes, des Lunatiques or the series entitled Un fragment, deux figures, imagined as a tribute to her dad. A journey that leads to pieces made in Brazil or in the workshop of Evelyne Gallopin at the School of Fine Arts in Geneva, until the key moment of the discovery of a favorite material, the alabaster “perfect and ambiguous ” Until then, marble and drawing had prevailed, serigraphy, the manipulation of objects and plants intended to evoke an idea, a sensation, an intuition. The biographical part that Cecilia Leuenberger signs does more than follow the thread of a life, she documents and comments on the work in progress.
But all these explanations which hollow out the portrait of the artist are summarized and resolved in the contemplation, deferred, of the pieces themselves, captured by the eye of the photographer. Stack of semi-transparent Books, whose veins bring the soul to the surface, random aspect of the Petals aligned on the ground, on the garden background, appearance of a banal form, as mythified, at the heart of the matter, and then this alloy of gold and alabaster, which risks the precious to better insist on the light. This light which not only bathes the sculpture, but dulls from its entrails.
If the cuisine of a work must remain hidden, that of Maria-Carmen Perlingeiro does it very well. As Ronaldo Brito points out in the opening text, “twenty years of heavy work, hard work, finally succeed in producing a light, almost diaphanous sculpture; twenty years of daily shocks against matter end up making it immaterial.”